quarta-feira, 27 de abril de 2011

Índios

Lenda da Noite
(em nheengatu tupi)


Ipirungáua ramé intimaan pituna, ara anhó opaim ara pupê. Pituna okéri oiko y repipe. Intimaha sooeta opaim maha onheen.
Durante o princípio não havia noite, somente dia todo o tempo. A noite estava adormecida no fundo do rio.
Boiaussu membira ipaha oiumendare iepe curumin ussu irumo. Quaha curuminussu oreko mossapira miassua caturete.
A filha de Cobra Grande, dizem, casou-se com um rapaz. Este rapaz tinha três criados muito bons.
Oiepe ara upe ocenoim mossapira miassua onheen aeta supe:
Um dia ele chamou os três criados e disse-lhes:
— Pecoim peoatá, xeremirecó inti okéri putári ce irúmo.
- Ide passear, minha mulher não quer dormir comigo.
Miaussua ossô ana.
Os criados foram.
Aramê ahê ocenoim xemirecó okéri arama ahê irúmo. Xemirecó ossuaxára:
Então ele chamou sua mulher para dormir com ele. Sua esposa respondeu:
- Inti raim pituna.
Ainda não é noite
- Intimaha pituna ara anhum.
- Não há noite, só dia.
- Xe ruba oreko pituna. Rekeri putari rame xe irumo remundu paimo ahe parana rupi.
- Meu pai tem a noite. Se queres dormir comigo manda buscá-la pelo rio.
Ahe ocenoim mossapira miassua xemireko omundu aeta iruba oca pyri osso opiamo arama iepe tucumã rainha.
Ele chamou os três criados, sua mulher e os mandou irem à casa de seu pai, para buscarem um caroço de tucumã.
Aeta ocyca rame Boiaussu oca upe quaha omehee aeta oiepe tucumã rainha oiucikinau reté onheen:
Quando chegaram na casa do Cobra Grande, ele deu-lhes um caroço de tucumã bem fechado e disse-lhes:
- Kussukui ane rerasso tenhe curi pe pirari... Pepirari rame pecanhyma curi.
— Aqui está, levai, mas não o abri... Se o abrirdes, o perdereis.
Miassua osso Ana, ocena teapu tucumã rainha pupe: ten-ten-ten- ten, xi-xi-xi-xi. ..Aicoreme teapu jaky sapo pupe baê onhengara pituna bo Outassaba ojepottámo igapucábo popyatã.
Os criados foram, ouviram o som dentro do caroço de tucumã: ten-ten-ten- ten, xi-xi-xi-xi. .. Era o barulho dos grilos e sapos dos que cantavam pela noite. À viagem continuaram remando forte.
Assapyá nheranacábo xeretaetê aan amoiirê, apu cuaba aicoreme apó baê, nhemonoonga sui igara pupê paum monhangatatá moycu breu oiucikináu rainha baê. Moputuna atãrupi opa.
De repente não suportando mais a curiosidade para saber que barulho era aquele reuniram-se no meio da canoa, fizeram fogo e derreteram o bréu que fechava o caroço. Tudo escureceu de repente.
Pituna semãorecô tukumã rainha suí. É nhé ui, ocamenduara mõ pupê, ocuabámo mojaboéra baê iraarõ angaetê okéri supê. Boiaussu membyra ucuara onheen:
A noite havia saído do caroço de Tucumã. Nesse instante, lá longe na cabana nupcial, os que esperavam para dormir souberam que a semente havia sido aberta. A filha do Cobra Grande ofegante disse:
- Irabámo pituna, orossô é nhé arõ coema.
- Soltaram a noite, vamos esperar agora o amanhecer.


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Mitakuye Oyasin!


__._,_.___O Cachimbo Sagrado

Desde o momento em que a Grande Mulher Novilha de Búfalo Branco apareceu à Nação Sioux, o Cachimbo vem sendo considerado uma Cura Sagrada, partilhada entre os Irmãos e Irmãs da América Nativa.Trata- se de uma forma de oração, que nos permite falar a verdade e curar relacionamentos feridos ou rompidos.Nós recebemos o Cachimbo para poder enviar nossas preces e manifestar nossa gratidão ao Grande Mistério e para simbolizar a Paz entre todas as Nações, Tribos e Clãs.O fornilho do Cachimbo representa o aspecto feminino de todas as coisas vivas e o tubo é o símbolo do aspecto masculino em todas as formas de vida. O simples ato de colocar o tubo no fornilho simboliza união, criação e fertilidade. Quando o Cachimbo está abastecido, cada pitada de Tabaco é abençoada, assim como cada ramo de Nossos Parentes é convidado a entrar no Cachimbo na forma de espírito para poder ser honrado e fumado...

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Como sombras, nós nos movemos...
Nossos, são os instantes de silêncio.
O espaço entre os segundos,
São os nossos momentos.
Na solidão, encontramos refúgio.
Um pouco de paz e tranqüilidade. ..
Uma fuga das amarras da realidade.
Solitários somos, por opção ou não;
Ao nos isolarmos, nos aproximamos
Daqueles que como nós, buscam as respostas
Nos caminhos secretos e antigos.
Ao cair da noite, nós nos reunimos
Atendendo ao chamado silencioso
Da Dama Prateada.
Ouça. Você pode ouvir?
O som vem de todos os lugares...
Dos bosques e das montanhas;
Das cachoeiras e dos mares;
Dos becos e prédios da cidade;
Os Espíritos da Terra te convocam.
Ouça. Você pode ouvir?
São as vozes do passado...
Trazendo de volta o conhecimento
Perdido na memória do tempo
E reatando os antigos laços
Do homem com a Natureza.
Ouça. Você pode ouvir?
Sim... você pode ouvir.


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(Literatura Indígena)

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