sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pérolas

Pérolas
.
Por Sergio Santeiro, de Niterói



Colagem de Luiz Rosemberg Filho
Meio barro meio tijolo meio ostra meio catarro.

Um dia não emenda em outro tem a noite de permeio.

Quem dá ganha quem não dá perde.

Destratou perde o trato.

Se acabar acabou.

Se não tem não faz falta.

Pássaros voando nenhum na mão.

A minha não é a tua.

Pérola tem a boca nacarada, é um suspiro.

Não basta falar tem que se mostrar.

Ei, a mulher é minha! Não mais, disse ela.

Um dia, maravilha, no outro, tormenta.

Aguentar, quem aguenta?

Ao chutar o balde escancara-se.

As palavras não dizem o que querem, dizem o que queremos.

De tanto cismar fiquei cismado.

Esperar que melhore piora.

Apanhou? Apanhei. Bateu? Não bati só apanhei.

Eu nunca peguei em você.

O melhor é introspectar-se.

A maré não tá pra peixe, tem salmão na contramão.

Queria uma gatinha que me faça carinho sem me perguntar nada.

Tudo custa e gasta dinheiro.

E lá vem ela montada no tortuoso cavalo da vingança.

Uma aveludada espada cruza.

Do jeito que está eu tenho que partir desesperadamente em busca do equilíbrio.

Já comi bastante, deixo o resto pro resto da matilha.

Não se abafe não se afobe.

O que eu pensava não é o que hoje eu penso.

Fiel ao amante não ao marido.

Se os humanos fôssemos pra ser ricos nasceríamos cada um com seu saco de ouro.

A gente faz o castelo pra megera ela nos tranca nele e acha pouco.

Tépida intrépida perdi.

Vi passar não me viu passou.

É melhor ter uma em casa que pegar na rua.

Só sinto falta é do teu corpo à noite, de manhã e à tarde.

Ninguém fez mais no mundo por você que eu.

Vivo muito bem sozinho principalmente porque sempre sobra um par de pernas entre as minhas.

27/11/2010

Fonte: ViaPolítica/O autor

Mais sobre Sergio Santeiro

E-mail: santeiro@vm.uff.br

De Sergio Santeiro, leia também Vísporas

Nenhum comentário:

Postar um comentário