Pérolas
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Por Sergio Santeiro, de Niterói
Colagem de Luiz Rosemberg Filho
Meio barro meio tijolo meio ostra meio catarro.
Um dia não emenda em outro tem a noite de permeio.
Quem dá ganha quem não dá perde.
Destratou perde o trato.
Se acabar acabou.
Se não tem não faz falta.
Pássaros voando nenhum na mão.
A minha não é a tua.
Pérola tem a boca nacarada, é um suspiro.
Não basta falar tem que se mostrar.
Ei, a mulher é minha! Não mais, disse ela.
Um dia, maravilha, no outro, tormenta.
Aguentar, quem aguenta?
Ao chutar o balde escancara-se.
As palavras não dizem o que querem, dizem o que queremos.
De tanto cismar fiquei cismado.
Esperar que melhore piora.
Apanhou? Apanhei. Bateu? Não bati só apanhei.
Eu nunca peguei em você.
O melhor é introspectar-se.
A maré não tá pra peixe, tem salmão na contramão.
Queria uma gatinha que me faça carinho sem me perguntar nada.
Tudo custa e gasta dinheiro.
E lá vem ela montada no tortuoso cavalo da vingança.
Uma aveludada espada cruza.
Do jeito que está eu tenho que partir desesperadamente em busca do equilíbrio.
Já comi bastante, deixo o resto pro resto da matilha.
Não se abafe não se afobe.
O que eu pensava não é o que hoje eu penso.
Fiel ao amante não ao marido.
Se os humanos fôssemos pra ser ricos nasceríamos cada um com seu saco de ouro.
A gente faz o castelo pra megera ela nos tranca nele e acha pouco.
Tépida intrépida perdi.
Vi passar não me viu passou.
É melhor ter uma em casa que pegar na rua.
Só sinto falta é do teu corpo à noite, de manhã e à tarde.
Ninguém fez mais no mundo por você que eu.
Vivo muito bem sozinho principalmente porque sempre sobra um par de pernas entre as minhas.
27/11/2010
Fonte: ViaPolítica/O autor
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E-mail: santeiro@vm.uff.br
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