A banda de música da UDN está de volta
Publicado em 12/05/2011 por Ana Helena Tavares
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Por Silvio Tendler*
Imagino a Ministra Ana de Hollanda em uma caminhada solitária. A vejo tendo na memória a figuraça do pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, um dos estudiosos que mais conheceu o Brasil. Ana era seu xodó e nesse momento de extrema solidão no poder deve lembrar-se muito dos ensinamentos do pai. Ana é mulher de fibra e coragem e vai seguir em frente em sua luta para cumprir a missão que lhe foi designada por outra mulher de fibra e coragem, a Presidente Dilma Rousseff. Ana não é de desistir no meio da caminhada, logo agora que começa a descobrir as primeiras traições e jogos de interesse pessoais. tão perto de si, do seu gabinete, dentro do Ministério que comanda. Ana já deve ter percebido olhares e sorrisos matreiros que conspiram enquanto afagam.
Muita espuma se faz contra Ana de Hollanda que está fazendo um trabalho realmente sério a frente de um dos Ministérios mais complicados de administrar. Já ocupei o cargo de Secretário de Cultura de Brasília durante a administração Cristovam Buarque de Hollanda e sei o quanto é difícil administrar artistas e seus egos. E Ana está apagando incêndios, a frente de uma gestão herdeira de uma dívida de mais de 600 milhões de reais e em face a um contigenciamento de verbas que tolhe as ações do Ministério. A briga em torno do tal do Creative Commons é assunto de lobista. Os creative Commons não oferecem nada mais que os copyrights e quem ganha com essa briga são advogados e seus contratatos milionários. Quando se trata de copyright X copyleft aí a coisa muda de figura pois discutimos direitos versus liberação total. Os mecanismos de liberação parcial de direitos oferecidos pelo Creative Commons também existem no Copyright na medida em que o autor faz o que bem quiser com sua obra. tudo não passa de demagogia para vender balangandãs para indios colonizados. Basta colocar na documentação do ministério “livre para reprodução desde que citada a fonte” e ponto, menos um problema para resolver. Em cinema a Ministra tem acertado e nossa relação hoje com a ANCINE melhorou muito com a chegada da Ana De Hollanda. Falta nas outras áreas uma agenda positiva e propositiva que coloque a estrutura do Ministério em marcha. Os Secretários que se manifestem e apresentem seus programas de ação já!,
Quem foi o gênio que aconselhou a ministra a receber diárias desnecessárias enquanto permanecia o final de semana no Rio de janeiro, em sua casa, aguardando o trabalho na segunda feira? Isso não é assunto para Ministro. Quem aconselhou ao êrro deveria apresentar-se como o responsável pela bobagem que fragilizou a ministra. Continuo solidário a Ministra e tenho certeza que ela superará essa crise.
*Silvio Tendler é cineasta.
Fonte: http://www.mariliaguimaraes.com/2011/05/banda-de-musica-da-udn-esta-de-volta.html
Nota do QTMD?: A frase que marquei em negrito me fez lembrar de quando entrevistei Affonso Romano de Sant’Anna, que presidiu a Biblioteca Nacional, e ele me disse: “O mundo das artes todo mundo pensa que é um lugar de pessoas líricas, bem-intencionadas… E é um pega pra capar o tempo todo! É uma ciumada, uma inveja, é um derrubar o outro…”
(QTMD)
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