sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ditos

Diz o dito popular
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Por Mouzar Benedito


Já ouvi gente citando alguns ditados e dizendo que eles eram todos criados pelos brasileiros. Nunca desmenti, porque não adianta e não tenho nada com isso, mas, na verdade, a maioria dos ditados que temos têm origem em outros países, principalmente na Europa, e foram trazidos pelos povos que colonizaram o Brasil. Claro que existem ditados criados aqui, mas muitos que parecem bem brasileiros foram trazidos pelos portugueses, espanhóis, italianos ou mesmo ingleses.

Andei pesquisando alguns ditados que eu não conhecia e que têm origem em países bem diferentes, dos confins da Ásia. Vale a pena pensar nos seus significados. Vou citar alguns.
Um ditado turco nos revela que “quando um come e outro apenas vê comer, nasce a revolta”, e outro aconselha: “Ouve tudo, mas crê só na metade”.

Dos chineses, a gente aprende que “a única porta bem fechada é a que se pode deixar aberta”, e que “quanto mais consciência, menos bens; quanto mais bens, menos consciência”.

Já os japoneses, nos ensinam que “os cinzeiros e os ricos, quanto mais cheios, mais sujos”, e que “o ausente se afasta mais um pouco a cada dia”.

Da antiga Pérsia, atual Irã, veio um ditado que me faz lembrar o falecido Lupicínio Rodrigues, gaúcho que compôs algumas jóias da música dor-de-cotovelo. Uma delas é aquela que diz: “Esses moços, pobres moços (...) se eles julgam que a um lindo futuro / só o amor nesta vida conduz / saibam que deixam o céu por ser escuro / e vão ao inferno à procura de luz”. Pois é, pra ele, nesta música, o amor é uma baita encrenca. E o tal ditado persa concorda:
“A amante que te dá o seu corpo e não o seu coração, está te dando a rosa sem os espinhos.”

31/5/2009

Fonte: ViaPolítica/O autor

Mais sobre Mouzar Benedito

De Mouzar Benedito, leia o recém lançado romance folhetinesco João do Rio, 45 (Ed. Limiar, 2009) sobre o dia-a-dia de uma casa típica da boêmia Vila Madalena, em São Paulo, nos anos 70. E conheça Valadares, um jornalista de esquerda, grande bebedor de cachaça e militante por vocação, um contador de histórias que acontecem entre quatro paredes que têm ouvidos.

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