segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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ENSAIOS

Segunda-feira, 1/8/2011
Allen Stewart Konigsberg
André Forastieri

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É um adolescente como tantos outros. Estuda, lê gibis, vai ao cinema, pratica esportes. É louco por música. Duro, como tantos outros.

O pai é garçom. A mãe trabalha na lanchonete dos seus pais. O casal não convive muito bem. Criam o cara e sua irmãzinha com dificuldades, num apartamento apertado em um bairro afastado do centro. Aos 16 anos já faz uns bicos.

Não é um aluno muito dedicado. Não é alto nem bonito. Mas até que não vai mal com as meninas. Aprendeu que fazer uma mulher rir é meio caminho para conquistar seu coração.

Aos 18 anos, consegue entrar na universidade. Está trabalhando firme agora e fazendo um dinheirinho decente ― seu senso de humor impressionou um comediante da TV e ele agora faz frilas, bolando piadas. Acaba levando pau na escola e termina expulso.

Nosso herói tem outras preocupações agora. Porque aos dezenove anos se casa com a namoradinha, de dezesseis.

Como tantos casamentos entre adolescentes, não tem futuro. Cinco anos depois, os dois estarão divorciados.

Resta continuar batalhando. Ele escreve agora pra vários programas de televisão, bola cartuns e pequenos contos para revistas. Cria coragem e encara o palco: aos 26 anos, começa a se apresentar em pequenas casas noturnas, contando piadas. Afina estilo e ritmo.

Aos 31 anos escreve seu primeiro roteiro para um filme e estreia sua primeira peça. Ambos são comédias e sucessos. Allen Stewart Konigsberg se tornou Woody Allen. O ano é 1966.

43 anos depois, Woody Allen tem uma filmografia como diretor composta de 44 filmes. Isso é o que ele tem a dizer sobre sua carreira: “Não há razão para eu não ter feito grandes filmes. Ninguém vinha e me dizia que precisava fazer este ou aquele assunto, ou que queriam ver o meu roteiro, ou que não podia contratar determinado ator... Quero voltar para casa a tempo de jantar, tocar a minha clarineta, ver o jogo, ver os meus filhos. Então, nessas circunstâncias, faço o melhor filme que posso. Às vezes tenho sorte e o filme sai bom.”

Para quem trabalha com criação e comunicação, o livro Conversas com Woody Allen é obrigatório. Fazer rir é difícil. Criar algo que faça rir e pensar e tocar o coração, tudo ao mesmo tempo, é genial. Allen consegue com frequência.

O autor, Eric Lax, vem entrevistando Allen desde 1971, em todo tipo de situação, quando Allen era um superstar e quando era fracasso de crítica e público. Organizou o suprassumo destes papos por temas: a ideia, escrever, atores, direção etc.

São 468 páginas preciosas e hipnotizantes. Valem uma faculdade de cinema. Valem para quem escreve profissionalmente. Para quem vive de criar. Para qualquer um, no final da história. E é um livro bem engraçado.

São lições demais. Destaco duas, sobre trabalho e sobre o público.

Allen diz que seu trabalho precisa ser divertido enquanto você faz, porque é o único prazer que você recebe daquilo.

Se ele for realmente prazeroso, você vai dar um jeito de fazer seu trabalho. Mesmo que as condições não sejam as ideais.

Por exemplo: Woody Allen não tem dinheiro para fazer seus filmes. Vai atrás de financiamento onde encontra. Odeia deixar sua amada Manhattan, a mulher e as duas filhas pequenas. Mas filmou seus quatro últimos filmes na Europa, porque lá está a grana.

E mesmo assim filma incessantemente. Alarga seus horizontes a cada nova produção. Foi criticadíssimo por tentar fugir da comédia e fazer dramas. Finalmente, foi com um drama que conseguiu a maior bilheteria de sua carreira, Match Point, que rendeu US$ 80 milhões mundialmente.

Em toda sua carreira, Woody Allen sempre apostou na inteligência. É a base de toda sua criação. Do livro:

“Sou dos que sempre acreditaram que o público é letrado, e pelo menos tão inteligente, ou mais inteligente, do que eu era.”

Por isso é que a obra de Woody Allen viverá para sempre. Se bem que como diz o próprio, “em vez de sobreviver nos corações e mentes dos seus semelhantes, prefiro sobreviver no meu apartamento.”

Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor. Originalmente publicado no blog de André Forastieri (atualmente no portal R7), em abril de 2009. (Leia também "Conversas com Woody Allen".)

(Digestivo Cultural)

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