segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Algo sobre mim...

Segue a apresentaçao e introdução do meu Esp. no dedo:
ESPINHO NO DEDO
EXPLICAÇÃO
O jornalista Ruy Castro, numa de suas traduções deWoody Allen, lembrou-se do escritor americano Nathanael West, que “tinha um espinho no dedo que geralmente não doía. Só quando escrevia”. Pois é, este livro machucou-me muito.
INTRODUÇÃO
Em 1971 marquei um “ponto” com uma garota no Campo da Pólvora. Era ditadura Médici e iria receber programa, estatuto, etc, da APML do B, a Ação Popular Marxista Leninista do Brasil, uma das organizações de oposição ao governo militar. Até então executara tarefas prosaicas (pichações de muros e paredes de casas, panfletagens, guarda de livros “proibidos”,cessão de casa para reuniões), era um simples militante, era “massa”, digamos, sem maiores vínculos partidários. No encontro, talvez intuitivamente ( até hoje não sei) recusei entrar para a A P. ( umas 2 semanas depois a guerrilheira foi presa, junto com vários outros, dedurada por seu namorado). Em 69, no Ginásio Salesiano, tradicional colégio de padres, um colega de sala apresenta-me um exemplar do“Pasquim”. Era, com a censura férrea da época, como oferecer um caminhão de feijão a um esfomeado: amor a primeira vista (e não houve indigestão). Logo apresso-me a pedir os números anteriores do jornalzinho e a sua leitura se torna uma constante. Aliás, este mesmo colega – esqueço o seu nome no momento – “introduziu-me” ao ateísmo: de coroinha transfiguro-me num herege em pleno estabelecimento de ensino católico.Quanto ao Pasquim ( junto com “Movimento”,“Opinião”, “Polityka”, “Ex-“, “Em Tempo”,“Argumento”, etc, etc) foi devidamente atirado ao lixo, rasgado numa de minhas crises de “expurgo do passado”. 71. Abandono o segundo ano colegial, no Central, conhecido colégio público de Salvador, pouco antes das provas finais, que nem fui realizar. Incarnei-me em Bernard Shaw ou Paulo Francis (saudades de P. F., suas idiossincrasias, sua lacuna dolorosa): “para quê estudar, de que irá me servir tudo isso que me ensinam?”, por aí.O ano de 72 torna-se uma seqüência de atividades erráticas, vagabundas: era o meu underground. Publico um livro (“Flor de Lótus”), mimeo com uns 10 ou 12exemplares (44 páginas) de pura encucação. Vou muito a praia, leio taoismo, zen-budismo, “Caminhos da Liberdade” (Sartre – escritor – ensinou-me : torno-me existencialista), tento entender Reich e Jung, leio também Fritzgerald, o extraordinário Kafka, Dostoievski, Machado, Rosa, Drummond, Virgínia Woolf (Lispector, não sei, nunca li; mas também nunca li Proust nem O Pequeno Príncipe; e Ulisses lerei algum dia), Heminghay, Graciliano, etc, etc, mas, não sei, nunca gostei da “filosofia tradicional”, seja lá o que isto for (refiro-me a Kierkegaard, Nietzsche, Kant e outros). Leio jornais ( um dia, lembro, na cama, o impacto da manchete “Lamarca Morre”), continuo com o Pasquim (que apresentou-me a Millôr, Itararé, PontePreta, W. Allen, L.F. Veríssimo, Irmãos Marx, I. Lessa– humor, disse o Pitigrilli, “é uma criança no escuro cantando para esconder o medo”, o k. ; descubro o underground de Maciel) faço (ou tento) macrobiótica, deixo cabelos crescer , enfim, torno-me um hippie“caseiro”, só teoria, sem drogas (anos depois experimentaria maconha e coca, valeu, certo, mas não é a minha). Conheci o “Verbo Encantado”, jornaleco da contracultura baiana, a sede era, creio, na cidade baixa, no Contorno. (Um dia bate a minha porta um amigo de rua dizendo que fora solto do exército naquele dia; atendi-o friamente, arrependo-me até hoje) Em 73 retorno ao estudo. “Se o estupro é inevitável...” Prefiro, por precaução, um daqueles colégios “pagou-passou”, mas, tudo bem, com meus conhecimentos do Salesiano (sempre em primeiro ou segundo lugar, era um c.d.f.) curso numa boa, quase sem estudar (“revia” os assunt

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