sexta-feira, 29 de junho de 2012

Gatos

O Beat William Burroughs e os gatos em geral por Kauana Maria Neves em 28 de jun de 2012 às 17:43 | 1 comentário Uma das maiores paixões do escritor foi seu gato Ruski. william burr.jpg Nascido nos Estados Unidos em 1914, o pintor, crítico, e mais reconhecidamente, escritor integrante do movimento Beat, William fez muito barulho. Perdeu a virgindade com uma prostituta, cortou um dedo para impressionar um homem que estava apaixonado. Iniciou sua escrita após embriagar-se e matar com um tiro sua esposa Joan Vollmer. Amigo de Jack Kerouac, escreveram juntos o livro E os Hipopótamos Foram Cozidos em Seus Tanques. Entre 1984 e 1986 escreveu o livro O gato por dentro, um livro pequeno, com anotações sobre a experiencia com gatos ao longo de sua vida. Ele estabelece com facilidade uma relação que até então era inexplicável. Um livro que faz qualquer adorador dos felinos lê-lo com os olhos marejados do começo ao fim. Leia alguns trechos: ''Indícios apontam que os gatos foram domesticados pela primeira vez no Egito. Os Egípcios armazenavam grãos, que atraíam roedores, que atraíam gatos. (Não há prova de que isso tenha acontecido com os maias, apesar de haver um grande número de gatos selvagens nativos na área.) Não acho que isso seja exato. Sem dúvida não é a história toda. Gatos não começaram como caçadores de ratos. Doninhas, cobras e cães são muito mais eficientes como agentes de controle de roedores. Eu postulo que os gatos começaram como companheiros psíquicos, como Familiares, e nunca se afastaram dessa função.'' “Quando penso no início de minha adolescência, eu me recordo da sensação recorrente de aninhar e acariciar uma criatura contra meu peito. É bem pequena, mais ou menos do tamanho de um gato. Não é um bebê humano, nem um animal. Não exatamente. É parte humana e parte outra coisa. Lembro-me de uma ocasião em que isso aconteceu lá na casa da Prince Road. Eu devia ter doze ou treze anos. Eu me pergunto o que era… um esquilo?… não exatamente. Não consigo ver direito. Não sei de que ela precisa. Sei apenas que confia plenamente em mim. Muito mais tarde eu descobriria que fui escalado para o papel do Guardião, para criar e alimentar uma criatura que é parte gato, parte humana e parte algo ainda inimaginável, que pode resultar de uma união que não acontece há milhões de anos.” "Mas um rosnado de um cão é feio, o rosnado de uma multidão de brancos racistas no linchamento de um paquistanês... o rosnado de alguém que usa um adesivo "Mate uma bicha por Jesus", um rosnado hipócrita e nervoso. Quando você vê esse rosnado, está olhando para algo que não tem rosto próprio. A fúria de um cão não é dele. É ditada por seu treinador. E a fúria de uma multidão em um linchamento é ditada pelo condicionamento" ''Os vagabundos que perambulavam pelos Estados Unidos desenvolveram um código próprio de sinais para se comunicar. Marcas deixadas em cercas e muros indicavam, por exemplo, lugares onde a polícia era mais tranquila, a população, mais generosa ou a cadeia, mais confortável." ''O gato não oferece serviços. Ele se oferece. Claro que ele quer carinho e abrigo. O amor não é de graça. Como todas as criaturas puras, os gatos são pragmáticos.'' ''Todos vocês que amam os gatos lembrem que os milhões de gatos que miam pelos quartos do mundo depositam toda sua esperança e confiança em vocês. Somos os gatos por dentro. Os gatos que não podem andar sozinhos, e para nós há apenas um lugar.'' kauananeves Artigo da autoria de Kauana Maria Neves. 19 anos, canhota, discente de Antropologia.. Saiba como fazer parte da obvious. Leia mais: http://lounge.obviousmag.org/borboleta_carnivora/2012/06/o-beat-william-burroughs-e-os-gatos.html#ixzz1zB4x4TX7

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