sexta-feira, 8 de junho de 2012
Poesia
Renato Prata Biar – Alguma arte: somente a rebeldia
Por Renato Prata Biar(*)
A alegria dura tanto quanto um piscar de olhos
E os olhos já não sabem o que vêem.
O medo e a angústia legitimam a coerção
Liberdade cerceada, sem que se tenha noção.
O coração não mais se entrega…
Mas é por puro medo, prevenção;
E a solidão é a regra no meio da multidão.
Os sonhos coisificam-se
Na era “pós-moderna” da civilização.
Somente os rebeldes salvar-se-ão!
Somente uma epidemia de rebeldia
Fará nascer flores onde antes só havia chão.
Somente a rebeldia dissipará as nuvens de um céu cinzento
nos livrando da escuridão;
Somente os rebeldes desobedecerão às leis injustas
E apontarão para aqueles que as instituíram
Em tom de acusação.
Somente os rebeldes vencem a morte
Porque deles, homens, mulheres, jovens e idosos
todos se lembrarão.
A rebeldia é a arma da esperança;
O cavalo da vontade;
A trilha que leva os sonhos à realização;
O sangue das veias;
O alimento da ação;
E é também a força invisível
Que faz bater o coração.
*Renato Prata Biar é historiador. Colabora com o “Quem tem medo da democracia?”, onde mantém a coluna “Mar de Prata“.
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