terça-feira, 7 de agosto de 2012

Venezuela

Um passo histórico para a integração continental Entrada da Venezuela torna Mercosul a quinta maior economia do mundo. Presidentes do bloco exaltam o ingresso. Segundo Dilma, inicia-se uma nova etapa. “Considerando os 4 países mais ricos do mundo, EUA, China, Alemanha e Japão, o Mercosul somado é a 5° força”, destacou. Para Chávez, Venezuela tem sua maior oportunidade em 200 anos. Vinicius Mansur Brasília - No exercício da presidência pro tempore do Mercosul até dezembro deste ano, coube ao Brasil coordenar a cúpula extraordinária do bloco, nesta terça-feira (31), que celebrou a entrada de seu quinto membro, a Venezuela. “Estamos conscientes que o Mercosul inicia uma nova etapa”, disse Dilma Rousseff. A presidenta afirmou que a entrada venezuelana tem significado histórico por marcar a primeira ampliação do bloco desde a sua criação em 1991, por estendê-lo da Patagônia até o Caribe e por incrementar a economia do Mercosul. “Considerando os 4 países mais ricos do mundo, EUA, China, Alemanha e Japão, o Mercosul somado é a 5° força”, destacou. De acordo com dados do Itamaraty, entre 2001 e 2010, o comércio da Venezuela com os países do Mercosul aumentou mais de 7 vezes, passando de cerca de US$ 1 bilhão para US$ 7,5 bilhões. Com a entrada do país caribenho, o Mercosul representatá 70% da população da América do Sul (270 milhões de habitantes), 83,2% de seu PIB (US$ 3,3 trilhões) e 72% de seu território (12,7 milhões de km²). Para o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a entrada de seu país no Mercosul o fazia recordar a primeira eleição de Lula à presidência do Brasil, pois ambos episódios “aceleraram a história” e marcaram um novo período de integração entre os países do continente. Em sua chegada a Brasília, inclusive, Chávez, havia afirmado que gostaria de ver o Mercosul englobando mais países, como Equador e Bolívia. Do ponto de vista econômico, Chavéz disse que a entrada da Venezuela no Mercosul significa “a maior oportunidade histórica que em 2o0 anos apareceu no horizonte”, sobretudo para ajudá-los em um de seus grandes objetivos: diversificar o modelo econômico extremamente dependente do petróleo e “imposto durante todo o século XX”. “Não houve um só governo que tivesse pretendido de alguma maneira desenvolver um projeto nacional, independente, que não fosse derrubado. Todos foram, incluindo o nosso, só que por três dias, graças a resposta popular e das Forças Armadas”, sustentou. Em um discurso profundo, o presidente do Uruguai, José Mujica, recordou a mentalidade colonial que orientou a política externa dos países da América do Sul durante séculos e a dívida social dela advinda. “Esse é o preço que pagamos ao longo de nossa história porque vivemos muito tempo olhando para o resto rico e sem olharmos entre nós”. Mas, chamou atenção para o momento especial vivido na região. ”Existe vontade política de integração, como nunca teve globalmente a América do Sul. Eu repito: como nunca teve! (...) E temos que ser conscientes: agora ou nunca!”, orientou. Exemplificando a fala de Mujica, a presidenta argentina, Cristina Kirchner, recordou que em seu país um chanceler dizia “para que ser sócio dos pobres podendo ser sócio dos ricos?”. Para evitar retrocessos e para proteger-se da crise economia internacional, Cristina apontou como tarefa urgentea criação de instrumentos e instituições “que tornem indestrutíveis e indivisíveis esse novo pólo de poder” configurado no Mercosul. Paraguai Durante seu discurso na Cúpula, Dilma ratificou que a suspensão do Paraguai se deu exclusivamente pelo “compromisso inequívoco com a democracia” e que as possibilidades de retaliações econômicas que possam causar prejuízo ao povo paraguaio estão afastadas. A presidenta disse ainda que espera que o país normalize sua situação institucional interna para assim reaver seus direitos plenos. Acordos Ainda nessa terça-feira (31), alguns acordos bilaterais e negócios foram firmados. Entre eles está a venda de seis jatos modelo 190, por US$ 270 milhões, pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para o Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas (Conviasa). O contrato prevê ainda a opção de compra pela estatal venezuelana de mais 14 aeronaves, chegando a um preço total de US$ 900 milhões. Já a Argentina assinou com a Venezuela um compromisso de aliança estratégica entre as petrolíferas YPF e PDVSA. Sem maiores detalhes, Chávez afirmou que o acordo permitirá a YPF explorar as jazidas venezuelanas da Faixa do Orinoco e permitir que a PDVSA continue com sua presença na Argentina. Fotos: Wilson Dias/ABr (Carta Maior) >> INSIRA SEU COMENTÁRIO >> COMENTÁRIOS (2 Comentários) Opinião Comentário Autor Data [a favor] Estamos levantando a cabeça... niveo campos e sou... 01/08/2012 [a favor] Um grande momento para a Am... Ruy Mauricio de Li... 01/08/2012 Leia Mais 01/08/2012 • Guerra de mentiras : Já se viu no Oriente Médio uma guerra em que impera tamanha hipocrisia? Uma guerra de tamanha covardia, de moral malvada, com tamanha falsa retórica e vergonha pública? Não me refiro às vítimas físicas da tragédia na Síria. Refiro-me às mentiras e à falsidade dos nossos governantes e da nossa opinião pública – tanto no Oriente como no Ocidente –, em ambos os casos dignas de risos: não são senão uma horrível pantomima mais característica de uma sátira de Swift do que de Tolstói ou de Shakespeare. O artigo é de Robert Fisk. • Um passo histórico para a integração continental : Entrada da Venezuela torna Mercosul a quinta maior economia do mundo. Presidentes do bloco exaltam o ingresso. Segundo Dilma, inicia-se uma nova etapa. “Considerando os 4 países mais ricos do mundo, EUA, China, Alemanha e Japão, o Mercosul somado é a 5° força”, destacou. Para Chávez, Venezuela tem sua maior oportunidade em 200 anos. • Mujica: "Nunca tivemos uma oportunidade como esta" : Durante a Cúpula Extraordinária do Mercosul, o presidente uruguaio, José Mujica, fez um profundo resgate histórico para situar o atual momento político da região e defender a importância estratégica da integração dos países do continente. "Nunca ao longo da história da América Latina tivemos uma oportunidade como esta. Existe uma vontade política de integração, como nunca houve globalmente na América do Sul". 31/07/2012 • Espanhóis prometem protestos até recuperarem direitos eliminados com a crise : Povo tomou as ruas ao longo de todo o semestre contra política de cortes que atinge saúde, educação, aposentados e desempregados. Movimentos sociais prometem mais uma safra de grandes manifestações a partir de setembro, quando deve ocorrer nova greve geral no país ibérico. A reportagem é de Guilherme Kolling, direto de Madri • Chanceleres preparam Mercosul para nova fase : Reunião dos chanceleres do bloco criou grupo de trabalho para acelerar entrada da Venezuela, saudou seu novo Alto Representante-Geral, o brasileiro Ivan Ramalho, e serviu para o Brasil apresentar seu plano de trabalho durante a Presidência pro tempore que exercerá até dezembro deste ano. Chanceleres concordaram em continuar a agir de forma a não prejudicar o povo paraguaio enquanto dure a suspensão do país. • Anotações sobre a Argentina (II): Um país recuperando sua soberania : O governo de Cristina Fernández de Kirchner acaba de decretar uma nova regulamentação para o setor do petróleo. O objetivo da nova legislação é tão claro como complexo: recuperar a soberania sobre um recurso natural estratégico. Vendida para a espanhola Repsol, a YPF diminuiu sua produção, os investimentos ficaram muito abaixo do necessário, e os dividendos pagos aos acionistas chegaram às nuvens. O artigo é de Eric Nepomuceno. (Carta Maior)

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