quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Betando

“ERA UMA VEZ NUESTRA AMÉRICA”, Roteiro e Direção de Roberto Menezes. O filme está em fase de preparação. Filmagens em Cuba, Chile e Pernambuco.Esta sequência é um sonho de Alícia, uma jovem argentina que faz curso de guerrilha em Cuba. José é o namorado dela, também aluno.Diálogos em espanhol. O sonho de Alícia acontece depois de confirmada a morte do Che. Apesar de ser um sonho ,toda a sequência será mostrada no mesmo tom geral do filme, sem transição nem efeitos especiais. Um sonho estilo documentário.
CUBA. SONHO DE ALÍCIA. NOITE DE LUA CHEIA NA PRAIA.
ALÍCIA encosta bem o corpo dela no corpo do namorado JOSÉ. Fala no ouvido dele,como um segredo sensual. . Ela fala ofegante e rouca, lambe a orelha de JOSÉ, espaçando as palavras como num sussurro de amor. Um clichê de sensualidade no sonho da guerrilheira.

ALÍCIA :Você viu ele partir. José, você viu, eu sei. Era uma noite como essa? Era ,meu amor ? Era uma noite de lua cheia e brisa gostosa?

JOSÉ : Não . Era um dia de muito sol e calor.

ALÍCIA : Ele já estava cego ?

JOSÉ : O amor por Nuestra América deixou ele cego.Não via luz nenhuma. Via somente a escuridão tomando conta de tudo. E o povo, doente, pobre,torturado. Ele queria acabar com essa noite sem fim. Não seguia mais ninguém, nenhuma teoria. Esqueceu tudo. Só pensava em fazer a revolução.

CORTA PARA DIA DE SOL NUMA PRAIA DE CUBA.

Luz do sol,”estourando”a fotografia em preto e branco. Um pequeno barco espera. O COMANDANTE, de óculos escuros e a tradicional boina com a estrela, caminha decidido mas amparado por JOSÉ que o conduz com respeito e carinho. Os passos dele marcando a areia da praia. Outros guerrilheiros acompanham de perto.O COMANDANTE entra num pequeno barco ,onde já estão dois remadores. JOSÉ o ajuda a sentar. Os outros guerrilheiros ficam na beira da praia.
O COMANDANTE toca com as mãos o rosto de JOSÉ .
COMANDANTE : Gracias, José. Até logo. Vocês vão ver nuvens vermelhas seja dia,seja noite. É o sinal que estamos vencendo.
Surge outra guerrilheira, PAULINE, correndo na praia com um fuzil na mão. O barco se afasta. PAULINE pára e acena com o fuzil.
PAULINE (grita ): Seu fuzil, Comandante. Sem arma não vamos mudar Nuestra América.
O barco já está um pouco distante da praia. PAULINE olha angustiada, baixa o fuzil e fica vendo o COMANDANTE partir.

O SONHO DE ALÍCIA TERMINA AÍ. MAS O FILME CONTINUA.E A LUTA POR NUESTRA AMÉRICA TAMBÉM.

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