domingo, 13 de fevereiro de 2011

Egito

“O exército precisa escolher entre o Egito e Mubarak”, diz cartaz no Cairo
31/1/2011 12:09, Por Redação, com Reuters - do Cairo

Em outro cartaz, em frente à embaixada do Egito em Kuala Lumpur, na Malásia, manifestante clama: "Abaixo, Mubarak!"
Manifestantes egípcios acampam nesta segunda-feira no centro do Cairo, onde prometem permanecer até que derrubem o presidente Hosni Mubarak, cujo destino parece cada vez mais depender dos militares.
“O Exército precisa escolher entre o Egito e Mubarak “, dizia um cartaz na praça Tahrir, onde os manifestantes dividiam alimentos com soldados mobilizados para restaurar a ordem após os violentos protestos que abalaram o regime de Mubarak, no poder há 30 anos.
Ao amanhecer, alguns manifestantes continuavam acampados na praça, que estava coberta pela névoa matinal. Eles já haviam começado a entoar o lema “Abaixo, abaixo Mubarak”.
Em seis dias de protestos no Egito, mais de 100 pessoas já morreram. Os manifestantes se recusam a partir, e o Exército não usa a força contra eles.
A praça Tahrir é o epicentro de um terremoto político que repercute em todo o Oriente Médio e entre investidores globais. Mubarak tentou contornar a crise nomeando militares de confiança como primeiro-ministro e vice-presidente, mas isso não reduziu a pressão contra ele dentro e fora do Egito.
Tampouco as promessas de reforma econômica convenceram os manifestantes, cujos protestos são motivados pela pobreza, o desemprego e a corrupção.
Uma greve geral foi convocada para esta segunda-feira, e na terça-feira os organizadores pretendem realizar uma passeata com “milhões” de pessoas contra estruturas autoritárias que, com apoio militar, governam o Egito desde o fim da fase colonial, na década de 1950.
Os Estados Unidos, aliado importante e origem de bilhões de dólares em ajuda ao Egito nas últimas décadas, sugeriram quase explicitamente que Mubarak deixe o poder. Várias autoridades – inclusive o presidente Barack Obama e a secretária de Estado Hillary Clinton – falaram em uma “transição ordenada”.
Uma fonte norte-americana de alto escalão disse, sob anonimato, que existe entre os assessores de segurança nacional de Obama a sensação de que o momento de Mubarak já passou, mas que caberá aos egípcios determinar os próximos acontecimentos.
Mubarak, ex-comandante da Força Aérea, depende agora da lealdade de seus chefes militares, com os quais se reuniu no domingo. No mesmo dia, o ministro egípcio da Defesa conversou por telefone com o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.
O almirante Mike Muller, chefe do Estado-Maior dos EUA, elogiou o “profissionalismo” dos soldados egípcios ao não reprimirem os protestos. O Egito recebe cerca de 1,3 bilhão de dólares por ano em ajuda militar dos EUA.
A crise no Egito teve como inspiração a rebelião popular que derrubou o governo da Tunísia há duas semanas. Outros países do Oriente Médio e Norte da África também têm registrado protestos.
Mercados financeiros de todo o mundo abrem nesta segunda-feira tentando avaliar o impacto dos acontecimentos do fim de semana. O petróleo do tipo Brent atingiu sua maior cotação em 28 meses, poucos centavos abaixo da marca de cem dólares.
Ações tiveram baixa em toda a Ásia. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou o pregão com queda de 1,2 por cento, seguindo a tendência da Bolsa de Nova York, que na sexta-feira havia tido uma baixa de 1,8 por cento.
(Correio do Brasil)

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