Noite marcada pela violência no Egito
Os egípcios viveram mais uma noite de violência. Os manifestantes pró-democracia conseguiram manter a sua presença na praça Tahrir, o principal ponto de encontro durante os protestos, mas cerca de 1.000 militantes pró-Mubarak, muitos dos quais portadores de documentos de identificação policial, continuaram sobre o viaduto atacando os manifestantes.
Por Redação
[03 de fevereiro de 2011 - 13h38]
Os egípcios viveram mais uma noite de violência. Os manifestantes pró-democracia conseguiram manter a sua presença na praça Tahrir, o principal ponto de encontro durante os protestos, mas cerca de 1.000 militantes pró-Mubarak, muitos dos quais portadores de documentos de identificação policial, continuaram sobre o viaduto atacando os manifestantes.
Segundo os correspondentes da Al Jazeera, os manifestantes pró-democracia parecem ser uma “coleção de indivíduos” sem líder ou qualquer direcção clara, enquanto os militantes pró-regime têm uma orientação clara durante os confrontos.
Testemunhas afirmaram que foram disparados tiros de uma ponte para a Tahrir, o epicentro dos protestos contra Mubarak nos últimos 10 dias. Um correspondente da Al Jazeera afirmou que não estava claro quem era responsável pelos disparos.
Um dos manifestantes pró-democracia acantonado na Praça Tahrir lança um alerta: "Mubarak decidiu matar o povo egípcio. Ele trata-nos como insetos, tentando esmagar-nos".
Repórteres, fotógrafos e operadores de câmara têm denunciado a violência de que são alvo por parte dos manifestantes pró-Hosni Mubarak. Um jornalista da AFP teve que pedir proteção a dois soldados para poder deixar a praça Tahrir. Jornalistas da BBC, Al Jazeera, CNN, Al-Arabiya e ABC News, entre outros, têm sido atacados pelos apoiadores de Mubarak. Vários jornalistas da RSF "foram diretamente interpelados pelos apoiadores do chefe de Estado e policiais infiltrados" e "foram agredidos e o seu material foi roubado", segundo divulgou o seu representante.
Na manhã de quinta-feira, o exército egípcio interveio, formando uma corrente humana na frente das barricadas pró-democracia, de forma a manter o grupo pró-Mubarak à distância, numa tentativa tardia de pôr fim à violência que deflagrou durante a noite, no entanto, não é claro se existe alguma decisão por parte do exército no sentido de adoptar uma atitude mais pró-ativa.
Os manifestantes pró-democracia também formaram um cordão em volta da praça Tahrir, de forma a verificar as identificações de quem entra na praça e a existência de armas.
Médicos locais reportavam, até às 14 horas de quinta-feira, 1.500 feridos e sete mortos.
Shafiq Ahmed, o primeiro-ministro do Egito, pediu desculpas pelos eventos de quarta-feira, afirmando que haverá uma investigação sobre a violência e negou qualquer conhecimento sobre a origem da concentração pró-Mubarak.
Publicado por Esquerda.net. Foto por Al Jazeera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário