terça-feira, 25 de setembro de 2012

Chico

Todos Buarque de Hollanda em música por Tatiani Távora em 21 de jan de 2012 às 02:58 Seu Francisco Buarque de Hollanda. Aquele que, dizem as boas línguas, tem alma de mulher. É feito de mulher da cabeça aos pés, também artista na descrição das dores e confusões inerentes ao ser humano. Das amplitudes aos mais do que devidamente cabidos partos. Talvez o único dos homens premiado a sentir em amplitude a confusão bélica feminina. Mesmo nascido em berço de ouro, fala de uma vivência de humanidade e subjugo que vai além de uma comum capacidade. Mesmo acreditando que sua mais feroz intenção fosse apenas a de "malandrear" e pisotear uma (desde sempre) sociedade insana e desleal. O amor e Chico Buarque. Fala sempre de amor como quem consegue conjugar, em único verbo, as tensões das palavras 'guerra' e 'paz'. A seu modo e sob uma aparência pacata, burlou as armadilhas de uma sociedade escrota, criticando a guerra moral e ditadura como quem apenas buscasse a solução para um mal de amor. Talvez daí também advenha boa parte da sua significância para o universo da música. Sinceridades nos interessam, Chico Buarque parece mentir como quem jura às verdades existentes. Mas só e, justamente, porque possui um jeito único de deixar explícito o que quer dizer sem precisar quase nada mover, enquanto a maioria de nós vive a divagar em longas justificativas. Ah, este azul! Se os olhos azuis que nem precisamos ver para saber de sua força, assinalados pela dureza do tempo, soubessem do bem que já fizeram ao feminino (de nascimento ou não), descansariam em paz em meio a estas mesmas entranhas e, vislumbrariam ali, o verdadeiro gozo litero-musical d'alma. Uma "santa" Budapeste! Salve, Chico. "Eu não sei se ela sabe o que fez, quando fez o meu peito cantar outra vez. Caminhando na ponta dos pés como quem pisa nos corações que rolaram dos cabarés. Nunca será de ninguém, mas eu não sei viver sem, e fim. Arrasa o meu projeto de vida: querida, bandida, santa, artista, demente, egípcia, vadia, espinho, penélope, filha, fada, esfinge, lebre, o meu projeto de vida... a falsa, a gueixa, a rosa. Você vai pagar e é dobrado, cada lágrima rolada nesse meu penar. Imagina hoje à noite a gente se perder, a lua se apagar? Tinha cá pra mim que agora sim, eu vivia enfim um grande amor. Pra quem você tem olhos azuis, e com as manhãs remoça? No sonho de quem você vai e vem com os cabelos que você solta? Eu nunca sonhei com você, Lígia." tatianitavora Artigo da autoria de Tatiani Távora. Não se pode afirmar que sempre será dito algo novo, muito menos a verdade de forma absoluta e imutável. Garanto a aventura de transcrever percepções. Para que, cheia de alguma recém nascida obviedade, o produto disso possa ser degustado com o lance "além dos olhos e ouvidos". Sempre além.. Saiba como fazer parte da obvious. e sobre as matérias em questão. Leia mais: http://lounge.obviousmag.org/retrato_da_substancia/2012/01/elas-todas-buarque-de-hollanda.html#ixzz27RbVtxRP

Nenhum comentário:

Postar um comentário