domingo, 30 de dezembro de 2012

Mulheres de Godard

As mulheres de Godard: Uma crítica da sociedade patriarcal
em filme por Amanda Maciel Antunes em 12 de mai de 2012 às 16:31

A mulher no cinema de Godard é a construção de uma crítica da política sexual que argumenta e permeia o sistema cinematográfico, e é produzido em um mundo comandado pela herança romântica pelo qual divide a mulher em duas partes: a aparência e a essência.


"Eu não acho que você deve sentir um filme. Você deve sentir uma mulher, não um filme. Você não pode beijar um filme. "
- Jean-Luc Godard


Embora seus filmes são freqüentemente vistos como um estudo de estética e política, Godard também capturou algumas das atrizes e mulheres mais fascinantes de sua década.

A mulher no cinema de Godard é a construção de uma crítica da política sexual que argumenta e permeia o sistema cinematográfico, e é produzido em um mundo comandado pela herança romântica pelo qual divide a mulher em duas partes: a aparência, que pode ser apreciada. E a essência, que só é reconhecida em risco.


A musa de Godard, Anna Karina era a personificação de uma espécie de glamour despreocupado, se ela era stripper, uma prostituta, um pivô cantando, dançando em um triângulo amoroso, poeticamente triste, Karina era a alma pós-moderna a mais impetuosa dos conceitos de Godard.
Angela (a personagem) quer filhos e vive pressionada entre dois homens, tentando descobrir qual deles ela deve escolher, ao mesmo tempo que descobre o que significa ser uma mulher e um homem, uma excêntrica análise dos sexos. Godard viaja nas dinâmicas de gênero e sugestões indiferentes de um triângulo amoroso.
Jean Seberg - Patricia
Breathless Filme: À bout de souffle (Sem Fôlego)

Patricia (personagem) é uma americana em Paris, que se apaixona por um "wannabe" Jean-Paul Belmondo de Humphrey Bogart, apenas para traí-lo. Se torna inteiramente divorciada da linguagem e de estruturas de significados.
Brigitte Bardot - Camille
Desprezo Filme: Le Mépris (Desprezo)

Camille Javal (personagem), a esposa infiel de um roteirista em conflito, Michel Piccoli, que sucumbe aos encantos de seu patrão, o produtor de cinema americano Jeremy Prokosch (Jack Palance). Bardot, já uma lenda e herdeira do legado francês equivalente ao de Marilyn Monroe, chama a atenção para seu corpo (sex appeal), demonstra que a materialidade de Camille pertence a ela, e não para o olhar masculino ou o toque. Ela controla a objetivação própria e consequentemente, tira vantagem.
Macha Meril - Charlotte
UNE_FEMME_MARIEE Filme: Une Femme Meriée (Uma Mulher Casada)

Charlotte (personagem), uma mulher casada que luta com as circunstâncias na ausência do marido. Demonstra como as mulheres são mercantilizadas e essencializadas por causa da própria materialidade necessária para a noção de beleza.
Chantal Goya - Madeleine
Masculino Feminino Filme: Masculin Féminin (Masculino Feminino)

A atriz interpretando Madeleine (Chantal Goya) fez sua estréia no cinema com Masculin Féminin, ao lado do ator que representou Paul (Jean-Pierre Léaud), talvez o maior ícone do movimento cinematográfico francês conhecido como Nouvelle Vague. A personagem Madeleine define-se como um membro da "Geração Pepsi", construindo uma carreira de sucesso na indústria da música pop isolando cada vez mais o personagem Paul, também jovem e desiludido com a vida civil. Ela é forte, dominadora, e consciente de seu efeito sobre os homens, especialmente Paul. Infelizmente, é apenas a sua capacidade sexual e beleza que lhe permite afirmar tal domínio sobre Paul.

Se torna evidente que a representação das mulheres de Godard enfatiza o fato de que a sociedade só valoriza um aspecto da pessoa: a sexualidade. Godard simplesmente demonstra o verdadeiro estado da sociedade. Seu tipo de cinema é a antítese do cinema de Hollywood, ele usa o filme para expor a realidade não para escondê-la. Ele critica fortemente a sociedade patriarcal, o qual não permite que as mulheres sejam valorizadas por suas habilidades e talentos. E demonstra que a forma como a sociedade ignora tudo, exceto um aspecto da mulher (sua sexualidade), tem conseqüências desastrosas.


amandaantunes
Artigo da autoria de Amanda Maciel Antunes.
Uma estrangeira em terra de estrangeiros. Contadora de histórias. Artista. Figurinista. E cheia de vida. De esperança. De um monte de bobagens também..
Saiba como fazer parte da obvious.

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