terça-feira, 29 de maio de 2012

Consolo

Como diria um grande escritor brasileiro premiado por seus pares estrangeiros ao ver a notícia da conquista de importante laurel em jornal francês:"É a glória! É a glória!". Foi como me senti quando da publicação, aqui neste sítio (site? Jamé de la vi), onde penduro minha tralha pseudo-alfabetizada. Colunas anteriores Ivan Lessa: Um consolador na janela Ivan Lessa: VocêTuba? Ivan Lessa: Palavras, palavras, palavras Tópicos relacionados Colunistas Há 38 anos escrevo para estas três iniciais de renome mundial, uma perfeita garantia de qualidade, a BBC. Seguida de um reparo, senão ou, com boa vontade, classificação: Brasil. Quer dizer, ela, a BBC Brasil, se destina aos, antes, ouvintes da emissora e, agora, nestes dias informatizados, sob a forma enredada de algoritmos, de que não entendo nada. Fato é, e lamento a quem se aborrecer com isso, que 3 vezes por semana compareço com minha porção deles, os algoritmos encriptados aqui onde me tens, gentil leitor. Não ligam muito para mim, os internautas. As croniquetas são reproduzidas em uns tantos jornais, blogs e, aí sim, websites. O mundo cibernético é mais vasto do que sonhou Camões, Vasco da Gama, Fernão de Magalhães e aquele nosso grande e vibrante nadador, o César Cielo. Tudo bem. A glória não era meu objetivo. Informar um pouco, se possível divertir outro tanto. Só que nunca obtive tanta reação quanto as linhas que aqui neste canto estiveram até segunda, hoje, de manhã. Devo ter recebido mais de 6 e-mails (7, quero crer) e outros tantos comentários em jornais brasileiros de primeiro time. Recorde, para mim; pura glória, como disse no início. Todos, praticamente sem exceção, me esculhambando por ter citado, traduzindo um texto da escritora inglesa Michelle Hanson, que levava o título em inglês de A Dildo in the Window, ou por aí, mas que acabei tacando com o título em linguagem de Nelson Rodrigues, para me equiparar (olha só a ousadia desta besta que sou) a um dos grandes cronistas que tivemos, temos e sempre teremos, como Um Consolador na Janela. Daí a glória de ser apedrejado em blog público ou comentário em jornal biguano (checar no Houaiss, distinto). O tabuismo (continue com o mesmo dicionário por perto, companheiro) lá está em suas duas versões: a pré-luddista (insista, não desista, continue folheando o Houaiss, ou o Aurélio, o Aulete, aquele que quiser, valendo inclusive o Google) em modelos modernos e tudo, com ou sem reforma ortográfica. Os leitores, que só faltaram atentar contra minha honra, estão acostumados, conforme deduzi. Sim, eu disse a-cos-tu-ma-dos. Masculino. Nenhuma senhora ou senhorita, se leu, deu pelota às minhas escrevinhações. Gozado. Vamos destrinchar essa besteirada. Dildo pode ser "vibrador", quando armado com pilha, ou apenas "consolador" (short, conforme se diz no Brasil para, "consolo ou consolador de viúva"). Dá no mesmo. Quem reclamou é que deve saber. Os – sim "os" - que se queixaram de meu "uso", para eles indevido, de "consolador" estão mais familiarizados com a versão moderna armada, para melhor manejo, suponho, com pilhas, 3AA, por certo, mais outros adereços modernos, e deles bom uso devem fazer. O "consolador" ou "consolo" de viúva, para os hodiernos conhecedores e íntimos do objeto em questão, deve ser uma espécie de "Caminho Marítimo Para As Índias" e preferem usar, empregar, manusear, lidar, ter por hábito e costume o, suponho, possante “vibrador”, objeto de que sentiram falta e que os fez deixarem por uns momenos fugazes suas ricas vidas para tentar mandar uma pedrada em mim. Satisfaz-lhes melhor o – será "paladar" a palavra que procuro? (BBC do Brasil)

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