quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Impressionismo

IMPRESSIONISMO - PARIS E A MODERNIDADE em Pintura por Fernanda Pacheco em 11 de out de 2012 às 00:18 Retalho do que está rolando na exposição "IMPRESSIONISMO - PARIS E A MODERNIDADE" impressionismo.jpg A exposição do momento, pelo menos aqui em São Paulo, é a Impressionismo: Paris e a Modernidade e isso todo mundo sabe. Não é todo dia que a gente pode ver 85 obras diretamente do acervo do Museu d’Orsay com quadros de mestres como Renoir, Monet, Manet, Bazille e Degas! É eu sei que esse papo parece bobeira, mas pra quem tem interesse por Arte, ver o trabalho desses pintores é equivalente a um grande show de rock (a banda eu deixo por sua conta). O Centro Cultural Banco do Brasil ficou pequeno para tamanha exposição que está distribuída em todos os andares e é dividida a partir de temas opostos como “Paris é uma Festa!” e “A Vida Silenciosa”. No início você vê obras que não são tão conhecidas, mas que deram um empurrão para que o Impressionismo acontecesse, como o belíssimo quadro de Maximilien Luce “Le quai Saint-Michel et Notre-Dameen ”. O que mais chama atenção é a distribuição de cores e a forma como o pintor utilizou a luz. Nesse mesmo andar começam a aparecer as estrelas: Monet, Manet e as bailarinas de Degas! A experiência mais incrível que eu recomendo para quem fica frente a frente com os quadros impressionistas, é analisar de perto a distribuição das cores. Parece uma bagunça, cheia de manchas e linhas que você não sabe onde começam e nem onde terminam, mas quando você resolve dar um passo para trás, o fenômeno acontece: tudo aquilo se une numa coisa só! Muitos consideram o Modernismo como o rompimento oficial entre a arte clássica tipicamente acadêmica e a arte contemporânea. Eu costumo colocar muita fé no fato de que os impressionistas foram os pioneiros nisso. Um exemplo é o quadro “Cena de Festa em Moulin Rouge” do pintor Giovanni Boldini, onde as pessoas são espontâneas, reais e até nos convence de que o pintor vivenciou aquilo como se fosse uma cena cotidiana. Não há alguém posando, nem corpos perfeitos, muito menos um retrato. Manet, no quadro “A Garçonete com Cervejas”, revoluciona desde o título da obra. Quem, em pleno século 19, imaginaria um ponto de vista TÃO realista e comum? É como se o espectador fosse convidado a participar da cena. A grande noção de perspectiva dos impressionistas também fica evidente no quadro “A torre Eiffel” de Louis Hawkins. Um dos quadros que mais chama a atenção durante a visita. As coisas começam a ficar animadas com a figura marcante da belle époque francesa: o artista Toulouse-Lautrec. As obras passam a retratar a cultura efervescente da Paris do começo do século 20. Você consegue visualizar o quadro “A Mulher de Luvas” de Lautrec e “A Iluminação da Torre Effeil” de Georges Garen que retrata a inauguração dela na fase em que o barão Haussmann renovou a cidade. A presença de Monet e Renoir é extremamente marcante em todos os andares. No decorrer da exposição outro nome fica frequente: Camille Pissarro. Seus quadros são famosos pelos pontilhados coloridos e sua característica mais marcante é a distribuição de pinceladas. De todos os impressionistas, ele era o que entrava com mais cores. O objetivo dos impressionistas era simples: mostrar a impressão deles em relação ao que lhes era apresentado. Sim, é óbvio! O movimento levou esse nome justamente porque Monet nomeou um de seus quadros de “Impressão Sol Nascente”. Nessa exposição a gente ainda tem a possibilidade de ver os clássicos do impressionismo como "O Lago das Ninfeias, Harmonia Verde" de Monet, “O Tocador de Pífaro” de Manet, “Ao Piano” de Renoir e “Nature morte à la soupière” de Cézanne. A exposição é quase infinita! Tem muita coisa para ver e se encantar. A minha única frustração, é que eles apresentam apenas um quadro do van Gogh, o “La Salle de Danse à Arles” no último piso da exposição junto com alguns outros quadros de Gauguin e Cézanne. Isso faz sentido, já que van Gogh é considerado neoimpressionista porque começou a pintar depois da inauguração do movimento e das exposições independentes da época. A minha dica é essa: não vá com muita expectativa se você, assim como eu, for fã de van Gogh. Agora, se você não quiser enfrentar a fila de 2h para ver tudo isso ao vivo, ou quiser segurar a ansiedade e esperar mais um pouco, você tem que, NO MÍNIMO, dar uma passeada no site do Museu d’Orsay. Lá têm todas essas obras, além do vasto acervo que lá reside. Impressionismo: Paris e a Modernidade – Obras-Primas do Museu d’Orsay Onde: Centro Cultural Banco do Brasil Endereço: Rua Álvares Penteado, 112, Centro Quando: De 4 de agosto a 7 de outubro Horário: De terça-feira a domingo, das 10h às 22h Entrada: Gratuita Telefone: (11) 3113-3651 ou 3113-3652 fernandapacheco Artigo da autoria de Fernanda Pacheco. É estudante de História, tem 19 anos e aprecia uma boa e velha miscelânea cultural digna de flâneur . Saiba como fazer parte da obvious.

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