quarta-feira, 20 de julho de 2011

Fukushima

Fukushima mon amour
[ ] Dois dedinhos
§ damascaria palestino. dente por dente.
§ de nuclear já basta a ( )orte.
- Sou apenas um betafísico.
- Sua mão parece um jogo da velha.
§ deu-se conta de que gramática era que nem cocada.
§ o estufamento do vestido e a dobradura dos joelhos participam do salto.
§ por amor acreditei nos gerânios e nos gerúndios.
§ semi-morto-semi-vivo. (como empedrar o jogo).
§ pular direto ao Kadish?
§ pre-sença da minha dor.
§ para cremar gregório eu te daria dois dedinhos de guerra.
[ ] Consoante atômica
( )eu tumor
cheira a
tangerina.
[ ] Vog[ ]l [ ]tônit[ ]
Seu Tr[ ]m*[ ]
cheir[ ] [ ]
t[ ]ngerin[ ].
* Não há flores em Fukushima.
Mas apenas a lembrança de que Traum.
Em alemão é sonho.
[ ] Tangerina
Fukushima
seus dedos e unhas e filhos e cabelos e sonhos e traumas.
cheiram a tangerina.
[ ] Ai de ti
Fukushima. Se me fosse dado.
Fazer verbetes. Eu te
faria uma rima. Ai de ti.
[ ] Nossa música
Descalce os pés
para entrar em casa.
Fukushima era o nome dela. Se
de lábios brancos e pele rósea
a busquei. Ela me via grave. Eu
a via estranha. Assim temendo.
Disposto a ultrapassar o plástico
pelo osso.
Apenas entrarás
em casa –,
Fukushima
de pés descalços. Repouse
suas pegadas. Sob risos eu
alcunhava o odor dos
seus sapatos com
o nome dos antigos desastres
atômicos. Repouse o Chernobyl
em
par à porta
–. A
minha pressa? Se cada
traço já não fosse vida.
[ ] A marmota
Quem é essa marmota
encostada aos galhos secos?
bebedora dos sete afluentes do ota.
[ ] * sombrativas
em japonesa lanterna.
as gotículas
* passam em
reflexo pelo braço. sem
pelos.
(Mod0s de Fazer o Mundo)

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