sexta-feira, 29 de julho de 2011

Poesia

Intervalo amoroso

O que fazer entre um orgasmo e outro,
quando se abre um intervalo sem teu corpo?

Onde estou, quando não estou
no teu gozo incluído? Sou todo exílio?

Que imperfeita forma de ser é essa
quando de ti sou apartado?

Que neutra forma toco
quando não toco teus seios, coxas
e não recolho o sopro da vida de tua boca?

O que fazer entre um poema e outro
olhando a cama, a folha fria?

Afonso Romano de Sant'anna
(1937)

Nenhum comentário:

Postar um comentário