sábado, 2 de julho de 2011

Israel

Israel sobe o tom e diz que ativistas da flotilha buscam “sangue”
28/6/2011 9:36, Por Redação, com agências internacionais - de Jerusalém

Morte de turcos em navio resultou no rompimento das relações com Israel
Enquanto a segunda Flotilha da Liberdade se prepara para zarpar rumo a Gaza, o governo de Israel voltou a subir o tom das declarações e, de acordo com a imprensa local, estuda confiscar os navios de ajuda humanitária. O ministro de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, disse nesta terça-feira que os ativistas estão buscando “confronto e sangue”.
Há um ano, nove ativistas turcos – inclusive um com dupla nacionalidade norte-americana e turca – foram mortos por soldados israelenses que atacaram a primeira flotilha, que viajava à Gaza com ajuda humanitária.
“Eles estão lá claramente para criar uma provocação, buscando confronto e sangue e para muitas fotos na televisão”, disse Lieberman à rádio Israel, acrescentando que havia “ativistas terroristas” entre os participantes. Enquanto isso, fontes do Exército dedicavam-se a espalhar a ideia de que os ativistas estariam levando ácidos e outros produtos químicos para atacar os soldados israelenses em caso de assalto.
As palavras de Lieberman chegam um dia depopis de o ministro da Defesa, Ehud Barak, dar uma ordem clara à marinha: não deixar que nenhum barco consiga furar o bloqueio naval que Israel mantem sobre a Faixa de Gaza. Barak também havia qualificado a ação da flotilha como uma “provocação” e declarou que em Gaza “não existe crise humanitária de nenhum tipo”.
De acordo com a imprensa local, Israel estuda confiscar os navios da missão como medida preventiva para futuras expedições. A recomendação foi apresentada pelo Ministério da Defesa, que propõe essa decisão como medida de dissuasão contra proprietários de navios europeus que alugam seus navios aos ativistas da flotilha.
Ahaz Benari, assessor jurídico do ministério, defende que Israel deve iniciar um tribunal de assuntos marítimos e confiscar toda embarcação que violar o bloqueio à Faixa de Gaza. “Não há dúvida de que a desapropriação dos navios é uma medida de dissuasão que poderia tornar desnecessário o uso da força contra futuras violações (do bloqueio)”, diz uma carta enviada ao governo por Ehud Barak.
Israel dá assim sinais de que, mais uma vez, está disposta a tudo para impedir a chegada da flotilha. Por outro lado, o governo voltou atrás nas ameaças aos jornalistas que viajassem nos barcos. A imprensa local afirma que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu mudou de posição após o Escritório de Imprensa do governo ter emitido carta, no último domingo, na qual ameaçava com detenção, deportação e sanção de dez anos os repórteres que embarcassem com a missão.
Sabotagem
Enquanto isso, nesta segunda, os ativistas denunciaram sabotagens em um dos barcos atracados na Grécia. No ano passado, durante os dias que antecederam a saída da missão humanitária, vários barcos sofreram sabotagens.
Em declarações à agência espanhola de notícias EFE, um dos porta-vozes denunciou que ao meio-dia de ontem “se constatou que um dos navios, o Giuliano, de propriedade grega e com capacidade para 25 passageiros, tinha sido danificado de propósito”.
De acordo com um ativista grego, a imperfeição foi localizada no eixo que leva a hélice, que estava cortado com serrote e se rompeu durante um teste de navegação, além de um dos motores da embarcação não funcionar.
– Trata-se claramente de um ato de sabotagem – afirmou, depois de mergulhadores terem examinado a imperfeição.
A chegada da segunda Flotilha da Liberdade às águas territoriais de Gaza é esperada para quinta ou sexta-feira, segundo anunciaram em Atenas seus organizadores.
Composta por uma dezena de navios com ajuda humanitária para Gaza e integrada por centenas de personalidades de vários países, a flotilha tentará novamente “romper o bloqueio israelense à faixa”, assinala um comunicado do movimento. Em seu site, os integrantes norte-americanos disseram que as intenções eram pacíficas e que iniciariam a viagem “sem armas de proteção ou ameaça de força”.
Os navios zarparão com cerca de 500 integrantes a partir de diversos portos do Mediterrâneo, que não serão divulgados por motivos de segurança. Com esta ação, pretende-se sensibilizar a opinião pública mundial sobre a situação dramática da Faixa de Gaza e, por extensão, do povo palestino, submetido há mais de cinco anos a um ferrenho bloqueio por parte do regime de Tel Aviv.
(Correio do Brasil)

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