segunda-feira, 4 de julho de 2011

FACHA

FACHA: a arte de se vender sem ser vendido
JUL 3
Posted by Ana Helena Tavares
Por Ana Helena Tavares
Imaginem uma história real envolvendo uma instituição de Ensino “CH” (FACHA), que já formou jornalistas que hoje estão espalhados pelo mundo. Jornalistas, radialistas, publicitários, relações públicas: comunicadores. Além de advogados e bacharéis em turismo.
Imaginem que esta Instituição não seja vendida, mas se venda. Os donos permanecem os mesmos, dando, porém, carta branca para que uma empresa “C” (Comatrix) troque o “CH” do nome da Instituição de Ensino pelo “X” de poder e dinheiro.
Imaginem que um dos sócios da empresa “C” tenha chamado de clientes os alunos da Instituição de Ensino “CH”, tenha falado com eles de forma fria e tenha ficado bem melindrado ao ver que estava sendo filmado (vídeos abaixo). Chamado de professor por um dos alunos, ele disse com indisfarçável orgulho: “Não sou”.
Imaginem que a empresa “C” tenha em seu currículo de clientes duas fábricas de diplomas: “E” (Estácio) e “U” (UniCarioca). Clientela onde constam também os nomes dos dois maiores magnatas do país: “EB” (Eike Batista) e “AD” (Abílio Diniz). O primeiro conhecido justamente pelo “X” no nome de seus milionários empreendimentos. O outro está prestes a ser dono de um dos maiores monopólios de supermercados do mundo.
Imaginem que uma das fábricas de diplomas – a “E” – tenha sido vendida – no sentido literal – logo após a passagem da empresa “C” por lá.
Imaginem que o atual dono da fábrica de diplomas “E” seja uma poderosa cervejaria “A” (Ambev). Cervejaria esta que surgiu da mega-fusão de outras duas: “An” (Antártica) e “B” (Brahma).
Imaginem que, na ânsia de descer ao nível da “E” – e talvez numa tentativa de se tornar atraente a alguma cervejaria –, a Instituição de Ensino “CH”, tenha promovido uma demissão em massa em seu quadro docente. Expulsando por telegrama algumas mentes brilhantes, que ajudaram a construir a história da Instituição.
Imaginem que as indenizações aos demitidos vão ser pagas em parcelas a perder de vista, como aqueles carnês das “CB” (Casas Bahia). É de se imaginar que o “CH” está agora descendo quadrado na garganta de quem o conheceu antes do “X”.
Imaginem que o “CH” já era muito antigo e precisava mesmo de uma recauchutada, mas ele não queria virar um “X”. Ele poderia ter continuado “CH” se alguns sobrenomes que começam com “Al” (Alonso) fossem retirados da folha de pagamento.
Imaginem que, mesmo assim, a (ainda) Instituição de Ensino “CH” se diz “filantrópica”. É compreensível: na “filantropia” dos botequins da rua “F” (Farani), todo aluno vira cliente.
Imaginem que, depois de imaginado tudo isso, não é preciso que a Instituição de Ensino “CH” seja vendida para que se venda. Para asfixiar ideais, os tentáculos do capitalismo não precisam de certificado de compra.
Imaginem que tudo isso aconteceu. E aconteceu em siglas, sem os parênteses explicativos.
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Abaixo, vídeos que filmei na última sexta-feira, dia 01 de Julho, na Assembléia Geral de Alunos da FACHA, convocada pelo DCE devido aos acontecimentos narrados acima.
(QTMD)

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