domingo, 30 de janeiro de 2011

Medicina cubana

Emocionante relato de um médico brasileiro formado em Cuba
From: "Max Altman"
amigas e amigos,

As matérias abaixo refletem a essência dos princípios humanitários que norteiam a Revolução Cubana.

Por outro lado, seria bom que o relato e o artigo chegassem ao conhecimento das autoridades médicas do Conselho Federal e dos Conselhos Estaduais de Medicina.
Quanta utilidade teria um médico formado pela Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM) nos muitos grotões desse imenso Brasil, onde não chegam e nem vão os médicos formados nas faculdades de medicina das capitais e das grandes cidades.
________________________________________________________________________________________________
Crônica de um dos homens do ano
extraído de Cubadebate

O Dr. Marcus Dutra em Nabasanuka.
O dr. Marcus Dutra, médico brasileiro, graduado na Escola Latinoamericana de Medicina (ELAM), escreveu à jornalista Arleen Rodríguez um comentário, a propósito do artigo 'O Homem do Ano' (leia abaixo), que não queríamos deixar de compartilhar com nossos leitores. Marcus se encontra prestando serviços em uma comunidade indígena chamada Nabasanuka, no Estado de Delta Amacuro, Venezuela.
Arleen querida,
Não havia visto o texto que escreveste para o Cubadebate,obrigado pelas palavras que me dedicas. É certo que se não fosse pela Revolução cubana e pela Revolução bolivariana jamais sería possível nada disso.
E que casualidade que me tenhas enviado hoje o correio eletrônico com o teu artigo. Ontem à noite, às 04h00 da madrugada em ponto, realizei um parto de uma mulher com eclampsia (afecção grave que ocorre geralmente no final da gravidez, caracterizada por convulsões associadas à hipertensão arterial). Convulsionou, apliquei-lhe todo o tratamento e as medidas dentro do possível, pois não contava e não conto aqui com todos os recursos de um hospital nem tinha tempo para trasladá-la a outro centro porque era de madrugada.
A lancha do ambulatório não tinha uma só gota de gasolina e ela já começava a dar à luz. O fato é que depois de todo o estresse da situação, em que era bastante possível que não sobrevivesse, bom, afinal nasceu bem o bebê, homem, gordinho. A mãe começou a melhorar, passei a noite toda a seu lado, atento a qualquer ocorrência. Ela melhorou, não convulsionou mais, a pressão se normalizou, já não tinha dor, estava tranquila, o medicamento continuava baixando lentamente junto com o soro ... Tudo se acalmou.
Quando ela adormeceu, pude sair afora e respirar ar fresco. Era, como disse, 4 da madrugada. Caminhei pelo pequeno cais que há defronte o ambulatório, feito de tábuas semiapodrecidas. Um silência tomava conta da comunidade, algumas casinhas com as luzes acesas brilhando apenas o suficiente que as velas permitem, um cachorro deitado sobre as tábuas e o silêncio profundo de todo esse povo. Não podia deixar de me sentir feliz por ter ajudade a mãe e a seu filho. Um orgulho sadio tomou conta de minha alma e ao sentir tudo isso não podia deixar de me perguntar:
caramba, saberia Fidel a exata dimensão do bem que fez à humanidade? Acaso imaginaria que em uma pequeníssima comunidade do estado mais pobre da Venezuela frente ao rio Orinoco, às 4 da madrugada, existe um médico filho da ELAM (Escola Latino-americana de Medicina) salvando gente que havia sido esquecida por todos? Poderia ele comprender o quanto dele se necessita, quanto se necessitam de homens como ele para trazer conforto aos seres humanos? Entenderia que não há palavras suficientes para qualificá-lo? E por caso, saberia a criança algum dia que se não fosse por Fidel Castro ela mesma não estaria viva?
|Ou seja, sem Revolução não haveria ELAM, sem ELAM eu não teria sido médico, e se eu não estivesse aqui, no momento em que a mãe começou a ter convulsões e não tivesse agido a tempo, a criança provavelmente iria morrer e talvez também a mãe. Foi então, Arleen, que senti mais que nunca o orgulho de todos os internacionalistas cubanos, os que partiram para a Argélia nos anos 1960, os que foram ao Congo, os que estiveram com Che na Bolivia, os que lutaram em Angola, e senti um frio na barriga, Arleen, quando me inteirei de que agora sou um internacionalista cubano também… um soldado, um revolucionário, às ordens da Revolução cubana, e desse incrível gigante, Fidel Castro
Se algo não se entender disto que estou escrevendo de maneira apressada, é que o desejo de compartilhar tudo com você é muito forte e não posso deixar para depois. Além do mais, já estão batendo à porta, chamando pelo médico, parece que trazem um menino com desidratação. Tenho de atender. Cuide-se muito por aí, obrigado pelas palavras tão belas. Sim, é claro que pode divulgar o meu correio eletrônico, não há qualquer problema. um beijo grande.
Marcus
(‘Chupado’ de “Juntossomosfortes”)

Nenhum comentário:

Postar um comentário